domingo, 25 de abril de 2010

COMEMORAÇÕES 25 DE ABRIL.

25 de Abril de 2010

Com 25 de Abril sempre!

É PRECISO SALVAR ABRIL!
Por mais que o tempo faça esquecer, também o tempo é mordaz. E apesar do tempo matar a memória, o povo já foi de memória curta e não vai deixar esquecer.

VERDADEIRA HISTÓRIA!
Ao longo da história, o país através do partido único designado "União Nacional", foi controlado pelo poder através de Oliveira Salazar até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda, que viria mais tarde a culminar na sua morte em 1970, como consta com (uma cadeira partida na cabeça) sendo substituído por Marcelo Caetano, até ser deposto no 25 de Abril de 1974. Quase como hoje mas de uma maneira diferente, Marcelo Caetano seguia de uma forma mais branda a ditadura, e chamaram-lhe por isso a Primavera Marcelista ou ditadura branda, nesse sentindo o mesmo age a seu modo, governa em isolamento, faz o que pode mas um dia virá em que já nada pode fazer.




ABRIL ESTAVA PRÓXIMO!
 
Qualquer tentativa de reforma política era impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE) e em Fevereiro de 1974, Marcelo Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António de Spínola e os seus apoiantes e conhecidas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA decide então levar adiante um golpe de estado.



A CONSPIRAÇÃO!
 
O movimento nasce secretamente em 1973, nele estão envolvidos oficiais do exército que já conspiravam, descontentes por motivos de carreira militar. Preparava-se então o golpe e no dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação. No dia 24 de Março na última reunião clandestina, decide-se o derrube do regime pela força, e no dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista.



ABRIL NO CORAÇÃO DE UM POVO!
 
Às 22h 55m é transmitida a canção "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa.
Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado e o segundo sinal foi dado às 0h20, quando foi transmitida a canção "Grândola, Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações.




O DESENCADEAR DAS OPERAÇÕES!
 
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares, no Norte, uma força do CICA 1, reforços de Lamego e Viana do Castelo, controlaram pontos estratégicos a salientar a RTP e levaram o regime a reagir, o ministro da Defesa ordenava assim a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, o que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe. À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, procedeu à ocupação do Terreiro do Paço, comandadas pelo Capitão Salgueiro Maia e o Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rendeu, tendo da revolução resultado na morte de 4 pessoas pela polícia política (PIDE).



O MITO DO CRAVO
 
Logo ao amanhecer o povo começou a juntar-se nas ruas, juntamente com os soldados revoltosos e é então que uma florista, que levava cravos para um hotel, terá dado um cravo a um soldado, que o colocou no cano da espingarda, outros o imitaram, enfiando cravos vermelhos nos canos das suas armas, nascendo então a revolução dos Cravos. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados, foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche, os líderes políticos da oposição e os cantores ligados a Abril, como Luís Cília, Francisco Fanhais, Tino Flores e muitos outros no exílio voltaram ao país nos dias seguintes.



AS PRIMEIRAS ELEIÇÕES LIVRES
 
No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS, mas o 25 de Abril de 1974 contínua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, e nas pessoas politicamente mais empenhadas.
Hoje existem actualmente quatro pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril:· Uma é de que se deveria partir uma cadeira na cabeça de alguns, que tendem a transformar Abril numa ditadura branda. Outra é que quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que o 25 de Abril representou um grande salto no desenvolvimento político-social do país, dando origem à nova classe social dos novos-ricos. A outra é de que as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu. E ainda alguns mantêm as raízes e lamentavelmente levam em frente tudo o que podem. Abril é de todos, mas a realidade é que, teremos a todo o custo que entender, que desde que nascemos, tornamo-nos sujeitos de deveres e de direitos, apesar de hoje nos quererem sonegar esses mesmos direitos. A ditadura por muito que custe terminou, são muitos os poetas, que ainda hoje aclaram e cantam, não música pimba mas cantigas e poemas, que fazem realmente lembrar Abril. Muito são os resistentes que continuam a lembrar Abril, e muitos outros que continuam, o que antes e depois da Revolução dos Cravos, poetas portugueses escreveram sobre as ideias de liberdade e solidariedade, contra a ditadura. Esta foi a melhor herança sobre a REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, onde penso que há muito ainda a fazer. No entanto também há, quem se lamente que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução se foram perdendo. Mas este dia é, um dia que demarca a viragem da história, na cultura de um povo e onde todos devem participar e não deixar o tempo fazer esquecer, mas sabemos que para alguns o tempo é malicioso e mata a memória. O conhecimento das acções de Abril, devem servir para poder unir e dar as mãos, pelos ideais com que foi criado, no entanto continuo-o a pensar que só no dia da revolução é que foi possível faze-lo. Salgueiro Maia não era um oficial crente nos amanhãs, dizem até que era conservador mas, perdoem-me a vulgaridade, “tinha-os no sítio” e para dar lume a uma revolução mais vale um conservador com “eles no sítio” do que desertores da coragem no momento da verdade, porque aí o povo estava unido, e tudo era preparado atempadamente.




Eu como sempre vou festejar a revolução, desta vez com amigos e família.
Viva o 25 de Abril
com Abril sempre!

Novelas 25 de Abril 2010



quinta-feira, 22 de abril de 2010

DVD - 19 "LUÍS VEIGA LEITÃO".

LEMBRAR O POETA!

Em vésperas (dia 22) das comemorações do 25 de Abril a Unicepe homenageou, no encontro de poesia e música, o poeta que lapidarmente classificou a noite do fascismo como uma “noite de pedra”: Veiga Leitão.


 Ali se lembrou o que de humano, de fraterno, de promissor houve, e sempre haverá, na utopia do 25 de Abril. Ali se ouviram testemunhos, poemas, canções que sempre nos fizeram e fazem ainda vibrar de emoção.

Ali se trocaram afectos e se afirmaram os valores eternos da liberdade e da solidariedade. A sala estava cheia. Quase se podia fazer uma revolução! Não se fez. Mas era clarinho que o espírito de Abril ria e saltitava por ali, na atmosfera daquela sala. – José Alves Silva.

Canta cristina.

O sábio das coisas simples
Olhou em torno e disse:
Não há profundidade
Sem superfície

É preciso dizer bom dia
Quando o dia anoitece
Ser exacto todo o dia
Envelhece

Luís Veiga Leitão (1915 – 1987)

in Antologia da Poesia Portuguesa Contemporânea – Um panorama, organização de Alberto da Costa e Silva e Alexei Bueno, Lacerda Editores

A uma bicicleta desenhada na cela
Nesta parede que me veste
Da cabeça aos pés, inteira,
Bem hajas, companheira,

As viagens que me deste.
Aqui, onde o dia é mal nascido,
Jamais me cansou
O rumo que deixou
O lápis proibido…

Bem-haja a mão que te criou!
Olhos montados no teu selim
Pedalei, atravessei
E viajei para além de mim.

Bruna Meireles

Luís Veiga Leitão.

Nesta parede que me veste
Da cabeça aos pés, inteira,
Bem hajas, companheira,
As viagens que me deste.

Aqui, onde o dia é mal nascido,
Jamais me cansou
O rumo que deixou
O lápis proibido…

Bem-haja a mão que te criou!
Olhos montados no teu selim
Pedalei, atravessei
E viajei para além de mim.

O sábio das coisas simples
Olhou em torno e disse:
Não há profundidade
Sem superfície

É preciso dizer bom dia
Quando o dia anoitece
Ser exacto todo o dia envelhece



Luís Veiga Leitão (1915 – 1987) in Antologia da Poesia Portuguesa Contemporânea – Um panorama, organização de Alberto da Costa e Silva e Alexei Bueno, Lacerda Editores.



Novelas, 22 de Abril 2010






terça-feira, 13 de abril de 2010

DVD - 45 " ABRIL 2010 T.A.SANDIM"

TEATRO AMADOR DE SANDIM
POESIA E CANTIGAS DE ABRIL

Palavras de abertura proferidas pelo T.A.S. Teatro Amador de Sandim.


Inicio de Abril com cantigas de Abril, João Teixeira - Fala do Homem Nascido - Sapateia - Lágrima Preta.
Poesia de Abril, com Maria de Lourdes.
Cantigas de Abril, Ivo Machado - Queixa das Almas Censuradas - Avenida De Angola - A Morte Saiu à Rua.
Poesia de Abril, com Filomena.
Cantigas de Abril, José Silva - Neste Campo - Quem diz que é pela rainha - Menino do Bairro Negro.
Poesia de Abril, com Maria de Lourdes.
Cantigas de Abril, João Teixeira – Balas - Capa Negra - Não Há Machado que Corte.
Poesia de Abril, com Filomena.
Cantigas de Abril, Ivo Machado - 25 de Abril - Pedra Filosofal - Canção de Embalar.
Poesia de Abril, com Maria de Lourdes.
Cantigas de Abril, José Silva - Tinha uma sala mal iluminada - Epígrafe para a arte de furtar - Quanto é Doce.
Poesia de Abril, com Filomena .

Intervalo (?)

João Teixeira – Ivo Machado – José Silva.
Trás Outro Amigo Também - Vampiros - Trova do Vento que Passa.
Maria de Lourdes / Filomena - Excerto: as portas que Abril abriu.

Encerramento:

Todos e mais quem quiser.
Grândola Vila Morena.
Colaboração e Reportagem - Nóvel Àrtecine.
Nóvel Àrtecine, e Jovens na Ocupação de Tempos Livres, de Novelas Penafiel.
Um Grupo, e Organização, não financiados sem fins lucrativos.

É PRECISO SALVAR ABRIL!
SANDIM.

Por mais que o tempo faça esquecer, também o tempo é mordaz. E apesar do tempo matar a memória, o povo já foi de memória curta e não vai deixar esquecer.
A VERDADEIRA HISTÓRIA
Ao longo da história, o país através do partido único designado "União Nacional", foi controlado pelo poder através de Oliveira Salazar até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda, que viria mais tarde a culminar na sua morte em 1970, como consta com (uma cadeira partida na cabeça) sendo substituído por Marcelo Caetano, até ser deposto no 25 de Abril de 1974. Quase como hoje mas de uma maneira diferente, Marcelo Caetano seguia de uma forma mais branda a ditadura, e chamaram-lhe por isso a Primavera Marcelista ou ditadura branda, nesse sentindo o mesmo age a seu modo, governa em isolamento, faz o que pode mas um dia virá em que já nada pode fazer.





ABRIL ESTAVA PRÓXIMO
Qualquer tentativa de reforma política era impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE) e em Fevereiro de 1974, Marcelo Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António de Spínola e os seus apoiantes e conhecidas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA decide então levar adiante um golpe de estado.




A CONSPIRAÇÃO
O movimento nasce secretamente em 1973, nele estão envolvidos oficiais do exército que já conspiravam, descontentes por motivos de carreira militar. Preparava-se então o golpe e no dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação. No dia 24 de Março na última reunião clandestina, decide-se o derrube do regime pela força, e no dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista.





ABRIL NO CORAÇÃO DE UM POVO
Às 22h 55m é transmitida a canção "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa.
Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado e o segundo sinal foi dado às 0h20, quando foi transmitida a canção "Grândola, Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações.





O DESENCADEAR DAS OPERAÇÕES

O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares, no Norte, uma força do CICA 1, reforços de Lamego e Viana do Castelo, controlaram pontos estratégicos a salientar a RTP e levaram o regime a reagir, o ministro da Defesa ordenava assim a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, o que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe. À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, procedeu à ocupação do Terreiro do Paço, comandadas pelo Capitão Salgueiro Maia e o Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rendeu, tendo da revolução resultado na morte de 4 pessoas pela polícia política (PIDE).




O MITO DO CRAVO
Logo ao amanhecer o povo começou a juntar-se nas ruas, juntamente com os soldados revoltosos e é então que uma florista, que levava cravos para um hotel, terá dado um cravo a um soldado, que o colocou no cano da espingarda, outros o imitaram, enfiando cravos vermelhos nos canos das suas armas, nascendo então a revolução dos Cravos. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados, foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche, os líderes políticos da oposição e os cantores ligados a Abril, como Luís Cília, Francisco Fanhais, Tino Flores e muitos outros no exílio voltaram ao país nos dias seguintes.




AS PRIMEIRAS ELEIÇÕES LIVRES
No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS, mas o 25 de Abril de 1974 contínua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, e nas pessoas politicamente mais empenhadas.




ABRIL DE HOJE
Hoje existem actualmente quatro pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril:· Uma é de que se deveria partir uma cadeira na cabeça de alguns, que tendem a transformar Abril numa ditadura branda. Outra é que quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que o 25 de Abril representou um grande salto no desenvolvimento político-social do país, dando origem à nova classe social dos novos-ricos. A outra é de que as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu. E ainda alguns mantêm as raízes e lamentavelmente levam em frente tudo o que podem. Abril é de todos, mas a realidade é que, teremos a todo o custo que entender, que desde que nascemos, tornamo-nos sujeitos de deveres e de direitos, apesar de hoje nos quererem sonegar esses mesmos direitos. A ditadura por muito que custe terminou, são muitos os poetas, que ainda hoje aclaram e cantam, não música pimba mas cantigas e poemas, que fazem realmente lembrar Abril. Muito são os resistentes que continuam a lembrar Abril, e muitos outros que continuam, o que antes e depois da Revolução dos Cravos, poetas portugueses escreveram sobre as ideias de liberdade e solidariedade, contra a ditadura. Esta foi a melhor herança sobre a REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, onde penso que há muito ainda a fazer. No entanto também há, quem se lamente que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução se foram perdendo. Mas este dia é, um dia que demarca a viragem da história, na cultura de um povo e onde todos devem participar e não deixar o tempo fazer esquecer, mas sabemos que para alguns o tempo é malicioso e mata a memória. O conhecimento das acções de Abril, devem servir para poder unir e dar as mãos, pelos ideais com que foi criado, no entanto continuo-o a pensar que só no dia da revolução é que foi possível faze-lo. Salgueiro Maia não era um oficial crente nos amanhãs, dizem até que era conservador mas, perdoem-me a vulgaridade, “tinha-os no sítio” e para dar lume a uma revolução mais vale um conservador com “eles no sítio” do que desertores da coragem no momento da verdade, porque aí o povo estava unido, e tudo era preparado atempadamente.


Eu como sempre vou festejar a revolução, desta vez com amigos e família.
Viva o 25 de Abril
com Abril sempre!
Nóvel Àrtecine, e Jovens na Ocupação de Tempos Livres, de Novelas Penafiel.

Novelas