quarta-feira, 30 de junho de 2010

ALBINA BARBOSA


UM PEQUENO REPARO


Todos sabemos que há dois modos de escrever. Uma é escrever com a ideia de não desagradar, outra é dizer desassombradamente o que realmente se sente, como sempre o fiz, no entanto não passa de uma opinião e respeito todos aqueles que não a partilham.
Penso que temos que valorizar cada momento, pois se vivermos a dizer que vamos fazer amanhã, esse amanhã nunca chegará.
Tenho dúvidas, respeito outros pensamentos, atitudes, e considero-me também um homem feliz, mas hás vezes fique sem palavras e não reconheça a minha terra, NOVELAS.
Não sou do contra, no entanto penso que devemos reflectir e aprender com os erros, tendo em vista não repetir os mesmos, ou criar dores insuportáveis nos outros.
Concretamente do dia 26 de Junho de 2010, enquanto decorria a missa de aniversário e intenção a pessoas queridas de Novelas, a salientar um ilustre concidadão e seu companheiro, sócios fundadores da A.P.D.F.Novelas, encontrava-se na capela mortuária desta freguesia Albina Barbosa.
Albina Barbosa era uma mulher pobre natural de Novelas que merecia mais apreço, no entanto assistimos a um forte som a bombar que se ouvia dentro da igreja e que mais tarde os foguetes viriam a comemorar a alegria, enquanto outros viviam um momento doloroso de pesar.
É uma conquista reconhecida e um sonho realizado, e sei que não é por morrer uma andorinha que acaba a primavera, mas penso que se perderam os valores essenciais, que predomina o supérfluo, as desigualdades sociais as injustiças e a falta de solidariedade que nos deveriam levar a pensar de forma diferente.
Dia a dia nos afastamos mais uns dos outros, e como se não chegasse já a falta do conceito de família, assistimos a um regozijo que me perdoem, mas que pessoalmente considero errado tendo em conta este momento doloroso.
Hoje já não basta nos confrontarmos com a falta do mais elementar entre o elementar, a falta de compreensão do sentimento na partida dos nossos entes queridos, no entanto também é necessário considerarmos e reconhecermos que poderia ser diferente.
Mas nós humanos, temos sempre um único objectivo. VENCER… e esquecemos de que um dia, vamos morrer.
Afinal o que continua a falhar?
O que ganhamos ou perdemos, em reflectir?
Tentar responder a estas perguntas não se afigura uma tarefa fácil e só quem passa por esse momento doloroso estará á altura de se pronunciar.
Aproveito para endereçar á família as minhas condolências e presto esta homenagem a todos quanto sentem dor pela perda dos seus ente queridos e falecidos em Novelas.

Novelas