“pensamento… morto num dia”
Estes são extractos de um artigo publicado pela AARIS, Associação dos Amigos do Rio Sousa Penafiel, que fiquei indignado ao ler.
«…Num belo dia de sol compareceu uma equipa de 10 ou doze técnicos especialistas em matança de árvores,... no lugar de Bujanda da freguesia de Novelas Concelho de Penafiel. Foi a última árvore centenária de tantas, que esta estrada possuía nesta freguesia, durante longos anos, mandadas plantar por Salazar. Pobre gente, esta que correm sem analisar, e que destroem sem saber o quê. Vir à nossa terra destruir!!! Vão todos para o inferno, e que os demónios façam aos mandões, o mesmo que fazem às árvores. Não vou estar enganado ou raramente ter dúvidas, mas penso e enquanto o país viver assim com formas assassinas».
Então, faço o meu comentário, baseado em pesquisa e estudos para que fique claro!
Há 50 anos atrás, nem sempre que se decidia plantar uma árvore em ambiente urbano, se tomavam decisões acertadas, resultando em alguns casos após a plantação, num fraco vigor vegetativo, visto as espécies não serem a escolha apropriada para o local. O tamanho da árvore adulta, poderia em algumas situações, ser excessivo para o espaço ou a árvore podia não estar adaptada para o ambiente onde era colocada. Todos sabemos que o abate de árvores deve ser evitado, e quando feito que seja de modo a minimizar o impacto emocional, visual, ambiental e pelas razões certas. Hoje até é diferente, já se fazem estudos e não é por isso errado, nem chocante, nem sequer indesejado, que por vezes se decida pelo abate de uma árvore, quando está em perigo de queda. Afinal, a árvore foi avaliáda por uma empresa de arboricultura, perfeitamente habilitada para realizar este tipo de trabalho. A árvore teria que ser abatída devido a problemas de deficiência estrutural má formação de tronco, inclinação acentuada, afectada por podridão e problemas biomecânicos, principalmente ao nível da parte aérea (das pernadas e ramos), e não apresentava uma possível consolidação no solo. É verdade que, tecnicamente, a opção pelo corte da árvore não foi chocante ,e isso ficou claro. Tratou-se de um abate necessário., caso contrário poderia eventualmente neste Inverno cair. Não se interrompeu, desta forma, a contribuição que a árvore tinha em ambiente urbano para amenizar o clima, capturar poluição, reduzir o ruído, embelezar a paisagem e fornecer o habitat a aves ou outros animais. Mas, o que foi noticiado foi exactamente o contrário. “A árvore era um ex-líbris!” “Salazar mandou-a plantar!”. Naturalmente Salazar foi um herói! “Vão todos para o inferno…!”
Como disse?
Esta gente está doida!!!
A minha opinião pessoal, quanto aos motivos apresentados para o abate estes foram mais que suficientes. Garantiram a confiança das pessoas que circulam na estrada Nacional 106 e evitaram a sua consequente queda e risco para pessoas e bens. Afinal o herói do “pensamento… morto num dia,” tornou-se no anti-herói, até porque não se lembra como já foi publicado em outros artigos, do que fez! Deveria sim, ser expressamente proibido e pedidas responsabilidades a quem andou a espetar prégos em árvores na freguesia para fixar propaganda política!. É, por isso, que com dupla tristeza acompanho comento e critíco observações sem o mínimo sentido. Mas com um enorme sentido de responsabilidade, apesar de jovem com 17 anos, tenho vontade de intervir naquilo que afecta a vida dos cidadãos e sei muito bem qual o papel das árvores. Como contribuem para a qualidade de vida e bem-estar das pessoas que cada vez é mais necessário.
Às vezes é necessário perder uma árvore, para ganhar uma comunidade que luta pelas árvores.
Veja quantas árvores já foram plantadas na freguesia!
Haja esperança.
Jovem - M.F.M.C.B.M.
30 de Setembro de 2010