domingo, 30 de maio de 2010

O PAÍS DO CARNAVAL!



O PAPA!

No dia em que o papa chega a Portugal, passo uma leitura atenta pelo livro de Jorge Amado que me levou a colocar o título neste artigo: “ O País do Carnaval”.
Com certeza fiquei esclarecida aquando da leitura, daquilo que somos hoje. Nós gente sem solução, fechada em si mesma, perdida numa terra que nos dá a todo o momento a sensação de que sobramos e somos demais.
A vinda do Papa a Portugal, acordou em mim velhas revoltas já sufocadas e recalcadas contra a vida e a humanidade.
Estamos a viver o momento de tédio e assistimos com melancolia à vinda dos que ainda acreditam que é possível Modificar.
Será necessário tudo isto?
Somos de uma tão grande inutilidade, que só sentimos em aspiração acontecimentos como este.
São poucos, os que procuram pensar e criar, olhando para o caos do país em que nascemos, que me leva a interrogar: Será que o nosso país está em tédio e desespero? “É bem possível que o tédio esteja em nós e não no país.”
A nossa fé, só tem peso em circunstâncias de desespero e os efeitos são imprevisíveis. Cristo ilumina cada um de nós em todos os nossos dias.
Vamos aproveitar e edificar essa herança, porque ninguém dura o tempo suficiente, para a realizar.







sexta-feira, 28 de maio de 2010

DVD - 23 "JOSÉ GOMES FERREIRA"


UNICEPE!
Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto, CRL


Há 46 anos. A Unicepe, Cooperativa Livreira de Estudantes do Porto foi constituída em 1963, sem fins lucrativos, conseguindo ao longo do tempo, atingir alguns dos seus objectivos. Outros permanecem, outros surgirão. Um dos propósitos da sua génese - manter a Unicepe como um LUGAR DE AFECTOS. Nela podem encontrar-se não só livros, como também discos, revistas; há um espaço para exposições. Se é um dos nossos associados, apareça, porque há novidades que lhe agradarão. Se ainda não é um dos nossos associados, associe-se - são inúmeras as vantagens, venha conhecê-las.


Homenagem ao poeta JOSÉ GOMES FERREIRA

José Silva

Nascido no Porto, José Gomes Ferreira muda-se com quatro anos para Lisboa onde, criado "longe das árvores, no roldão poeirento das cidades"(palavras do autor), se inicia nos poetas saudosistas- e especialmente Raul Brandão- nos liceus de Camões e de Gil Vicente, com o Prof.Leonardo Coimbra. Dirige, muito novo, a revista "Ressurreição", onde chega a colaborar com Fernando Pessoa num soneto. Dedica-se também à música, com composições musicais como o poema sinfónico "Idílio Rústico", que foi executado pela primeira vez pela orquestra de David de Sousa, no Teatro Politeama, o que provocou em Leonardo Coimbra "um largo sorriso incitador".
Por influência do pai (democrata republicano), cedo ganhou consciência política (em desafio polémico, por exemplo, queima no café Gelo um retrato de Sidónio Pais, que não muito tempo depois será vítima de um atentado que lhe é fatal), e alista-se em 1919, acabado o treino militar em Tancos, no Batalhão Académico Republicano (já era também sócio da Liga da Mocidade Republicana).
Licencia-se em Direito em 1924, trabalhando depois como Cônsul na Noruega (Kristiansund). Regressando em 1930, dedica-se ao jornalismo (colaboração na "Presença", "Seara Nova", "Descobrimento", "Imagem" - revista de cinema - "Kino", "Sr.Doutor" - revista infantil, onde começa a publicar periodicamente as "Aventuras de João Sem Medo" -, e "Gazeta Musical e de Todas as Artes") e à tradução de filmes (sob o pseudónimo de Álvaro Gomes).
Inicia-se na poesia com o poema "Viver sempre também cansa", escrito a 8/5/1931, e publicado na "Presença" nº 33 (Julho-Outubro), e apesar de já ter publicado anteriormente os livros "Lírios do Monte" (obra que depois renegou) e "Longe" (1ª e 2ª edições em 1918 e 1921, respectivamente), só em 1948 começa a publicação séria do seu trabalho, nomeadamente com "Poesia I" e com a colaboração na "Homenagem Poética a Gomes Leal".

Bruna Meireles/Luisa Meireles/Ana Santos

Contando já com vasta obra publicada, em prosa e em verso, ganha em 1961 o "Grande Prémio da Poesia" da Sociedade Portuguesa de Escritores, patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian, com a sua obra "Poesia III".
Comparece a todos os grandes momentos "democráticos e antifascistas" e, pouco antes do MUD (Movimento Unitário Democrático), colabora com outros poetas neo-realistas num álbum de canções revolucionárias compostas por Fernando Lopes Graça, com a sua canção "Não fiques para trás, ó companheiro".
Presidente da Associação Portuguesa de Escritores em 25/4/78, foi candidato no ano seguinte da APU (Aliança Povo Unido) por Lisboa, nas intercalares desse ano. Em Fevereiro do ano seguinte filia-se no PCP (Partido Comunista Português) e recebe em Junho de 1981 a distinção de cidadão honorário de Odemira. É ainda condecorado pelo Presidente Ramalho Eanes como grande oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada, recebendo mais tarde o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.
Submetido a uma delicada intervenção cirúrgica em 1983 (ano em que é homenageado pela Sociedade Portuguesa de Autores), José Gomes Ferreira, casado e pai de dois filhos (o arquitecto Raúl Ferreira e o poeta Alexandre Vargas), viria a falecer dois anos depois, vítima de uma prolongada doença que o impossibilitava de se levantar da cama. O actual presidente da República, Jorge Sampaio, descerra em 1990, na qualidade de Presidente da Câmara de Lisboa, uma lápide de homenagem ao escritor, no prédio da Avenida Rio de Janeiro, sua última morada.

Ramalho/Daniel

Na memória e no papel fica a sua vasta obra, que marcou todo esse vasto período de quase um século.

Novelas 28 de Abril de 2010







quinta-feira, 27 de maio de 2010

DVD - 62 "AGOSTINHO DA SILVA".

LEMBRAR O POETA!


       Estamos no meio de eleições. Aconteceu já no passado dia 7 de Junho para o parlamento Europeu. Teremos no próximo dia 27 de Setembro as Legislativas. Depois no dia 11 de Outubro as Autárquicas
       Estamos, portanto, convocados a ir votar. Há quem torça o nariz. Mas a questão é séria. Exige ponderação. Pior do que votar mal é não votar. Abstermo-nos, em política, é sempre a pior opção.
        Só a política é capaz de acabar com a fome, a miséria, a corrupção. Só a política pode assegurar a saúde, a segurança, a educação. Só a política nos pode conferir a liberdade, prosperidade e paz.
        Por isso vamos votar. Em branco se for preciso. Mais vale votar em branco do que sentirmo-nos constrangidos a votar em políticos que o que nós mais queremos e precisamos é vê-los pelas costas.
        No dia 24 de Junho, não houve eleições, mas houve, na unicepe, mais um encontro de poesia e música e correu muito bem. Foi uma maravilha!

Texto de: José Alves Silva.

Canta João Teixeira



Novelas, 27 de Maio de 2010





segunda-feira, 17 de maio de 2010

COMPUTADORES, TELEMÓVEIS…


Difícil de entender!


Sou experiente já á mais de duas décadas, e interrogo-me muitas vezes, como pode ser retirado, o conceito de família numa sociedade, introduzindo de uma forma gratuita informação destrutível na memória do jovens e crianças, oferecendo-lhes aparelhos para terem acesso á mesma informação, viciando-os de uma forma inadvertida e afastando-os da sua saudável juventude.

 Os aparelhos da nova geração, incluindo telemóveis, Playstation, netbook, o sistema GSM, Iphone, SmartPhone, mp3, computador etc. etc. etc., alguns que em jovens e crianças, induzem á violência a partir da imitação, deveriam levar-nos a reflectir sobre o que realmente queremos para as novas gerações.
Alguns pais aqui mesmo em Novelas e noutros locais, resistem e lutam para as valorizar e abrir os alicerces do bem-estar presente e das gerações futuras, mas outros há que se deixam arrastar para não se incomodarem, sendo muitas vezes surpreendidos com crianças e jovens no uso de frases e atitudes que poderiam chocar a humanidade e o mundo.
É urgente entender, quais os problemas dos Jovens ou das crianças, que passam horas diante de qualquer uma destas máquinas e como elas podem provocar alterações comportamentais, influenciadas por diversas situações a começar pelo Isolamento do convívio social e do contacto humano.
É uma epidemia que retira aos jovens e crianças o mais elementar entre o elementar, escrever com a sua própria mão e saber o resultado de uma multiplicação.
O comportamento irresponsável ou compulsivo, aliado ao uso excessivo da tecnologia, pode resultar na redução da sociabilidade, podendo mesmo conduzir a uma triste dependência.
Num concerto no ano de 2005, Bono Vox do U2 já alertava para o perigo, cellular devices very dangerous, mas agora as tecnologias são oferecidas ás crianças e aos jovens, ainda numa maior variedade e diversidade de escolhas.
Em casa, na escola, hoje, a tecnologia coloca o mundo na palma da mão.
Para se estar seguro, tem de se estar presente e sempre preparado para as eventualidades.
Assuma o seu papel e responsabilidades específicas, envolvendo-se no assunto e tomando o controlo activo sobre a situação dialogando com os seus filhos, sobre os benefícios e sobre os riscos a que podem estar expostos. Descubra e desenvolva a sensibilização para a segurança dos jovens e crianças e faça disto um esforço contínuo para que seja devolvido o conceito de família.

Novelas 17 de Maio de 2010






sábado, 8 de maio de 2010

EM MEMÓRIA DE VITOR HUGO QUINTELA.


 JOVEM VITOR HUGO QUINTELA
1981 – 2010



Ao longo dos anos e desde a fase da minha juventude, vi desaparecer pessoas queridas de quem gosto e amo. Tenho procurado ser coerente e consequente nos meus
pensamentos, na minha actuação e sempre considerei que está na juventude o suporte essencial do futuro das sociedades e da humanidade.
É natural que glorifique e admire de uma forma muito forte os jovens que, numa sociedade tão perturbada e tão aliciadora, que tudo nos oferece de uma forma supérflua ou doentia e nos retira momentaneamente aqueles que mais amamos, fazendo-nos passar dor e um tremendo sofrimento.
Neste quadro manifesto de uma forma sentida, muito profunda e dolorosa, a morte recente do jovem e colega de trabalho Vitor Hugo Mendes da Silva Quintela de 29 anos, num terrível acidente de viação na sequência de despiste na A4, na manhã do dia 04 de Maio de 2010 pelas 07:30h junto ao nó de Gandra, Paredes, quando os cinco amigos voltavam a casa, após uma noite divertida no Queimódromo do Porto, depois de verem o concerto dos escoceses Franz Ferdinand.
É natural o lamento e pesar por aqueles que nos deixam, mas temos que tirar daí lições daquele terrível e aparatoso acidente que ocorreu ao quilómetro 23, no sentido Porto Amarante, em Gandra.
Além de uma VMER e de uma ambulância dos Bombeiros de Baltar, parou ainda um helicóptero em plena auto-estrada para transportar o Vítor, tendo de ser cortada a circulação entre os nós de Campo e Baltar, nos dois sentidos.
Os votos e as homenagens ao Vitor não podem ficar por meros actos circunscritos ao momento da sua morte. O desafio é que, quase todos e em particular os que estão em idade jovem, estejam atentos aos perigos.
Vitor Hugo Mendes da Silva Quintela
era um jovem bem disposto, simpático e amigo, mantendo sempre aquilo que cada vez vai sendo mais raro: um homem de carácter, natural de Novelas, Penafiel, onde vivia com os pais, empenhou-se no trabalho com uma forte cooperação entre o Serviço e a Universidade, cimentando uma grande relação de amizade.
Desempenhava com a sua entrega, inteligência e sacrifício o sucesso das suas funções nas Piscinas Municipais de Paço de Sousa e era também professor de Educação Física nas Actividades de Enriquecimento Curricular nas escolas de Pedrantil, em Croca e de Covilhô, em Novelas.
Era o mínimo que de forma sentida e justa a sua vida me obriga a que lhe preste a devida homenagem.


É duro, muito duro, não viveu o suficiente para poder morrer.
Paz à alma do Vitor, eterno descanso e respeito pela sua memória.

 

Novelas 22 de Maio de 2010